O texto transcrito abaixo foi escrito pelo poeta Mário Quintana e refere-se ao filme de Stanley Kubrick “2001 – Uma odisséia no espaço”, foi retirado do livro A Vaca e o Hipogrifo.
“2001 – Uma odisséia no espaço”
Por Mário Quintana
O osso que, no famoso filme, um nosso ancestral macacóide lança em direção às estrelas parece, pelo visto, o embrião do desejo de as alcançar, no que se mostrava um pouco mais ambicioso que Von Braun, o qual, apenas queria – e conseguiu – que fôssemos à Lua.
O gesto daquele bicho, perdão, daquele humanóide – vocês não acham que era demasiado “poético” para suas condições e necessidades imediatas?
Se não vejamos. Viviam eles em tribos, não só acossadas pelas outras, como pelos demais viventes contemporâneos, verdadeiras feras que aliás continuaram feras, felizmente sem evoluir como nós e sem portanto adquirir a refinada fereza do Homo sapiens. Quem sabe lá o que não seria se nós tivéssemos de haver nos dias de hoje com um Tiger sapiens.
Acho que aquele macacão do filme apenas imaginou, ao jogar o osso para cima, a possibilidade de voar como as aves que via evoluírem no espaço. E, assim, ele e seus companheiros de tribo poderiam evitar as ciladas e ataques inimigos aos quais nem sempre conseguiam fugir em desigualdade de condições.
E, em nossas atuais e não melhores condições, quem sabe se a astronáutica – glória do século XX – não terá sido, em suas subconscientes origens, além da epopéia que estamos vivendo, a mais dispendiosa forma de escapismo…
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